TREINAMENTO DESPORTIVO |
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O que é Treinamento Desportivo? |
INTRODUÇÃO: “É a forma fundamental de preparação, baseada em exercícios sistemáticos, representando um processo organizado pedagogicamente com o objetivo de direcionar a evolução do desportista” (Matveiev, 1983). Uma ação sistemática de treinamento implica na existência de um plano em que se define igualmente os objetivos parciais, os conteúdos e os métodos de treinamento, cuja realização deve desenvolver mediante controle dos mesmos (Dicionário de Ciências do Esporte, 1992). Bompa (1983), define o Treinamento como uma atividade desportiva sistemática de longa duração, graduada de forma progressiva a nível individual, cujo o objetivo é preparar as funções humanas, psicológicas e fisiológicas para poder superar as tarefas mais exigentes. CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE TREINO DESPORTIVO: | TREINAMENTO DESPORTIVO | AUTORES | Conceitos e Definições | ANDRI VER, LECLERQ e CHIGNON (França) | Treinamento é o conjunto de procedimentos tendentes a conduzir um ser humano ao máximo de suas possibilidades físicas.
| BAYER (Alemanha) | O Treinamento Desportivo é um meio encaminhado a exercitar e coordenar as funções fisiológicas dos diferentes grupos musculares do organismo. | CARLYLE (Austrália) | O Treinamento deve ser tão científico e organizado quanto se pode. Sobretudo, devemos ter uma idéia clara do que se propõe, para por em prova o que se treina, e quando queremos lograr a melhor performance. | FAUCONIER (Bélgica) | O Treinamento é o conjunto de atividades às quais se entrega um indivíduo a fim de desenvolver progressivamente suas qualidades, tanto mentais como físicas, aplicando-se articularmente aquelas que o caracterizam | GIRALDES (Argentina) | Treinamento é o conjunto de atividades que tendem a desenvolver as qualidades mentais e físicas com o objetivo de alcançar o máximo de rendimento individual. | HEGEDUS (Uruguai) | O Treinamento Desportivo constitui uma preparação sistemática do organismo, respeitando processos de adaptações psicobiológicas e que visam obter um alto rendimento. | HOLLMAN (Alemanha) | Treinamento é a soma de solicitações corporais repetidas, executadas em espaços de tempo determinados, destinadas a aumentar o rendimento, as quais levam a modificações morfológicas e funcionais do organismo. | MATVÉIEV (Russia) | Treinamento Desportivo, como fenômeno pedagógico, é processo especializado da Educação Física orientada, objetivando alcançar elevados resultados desportivos. A preparação desportiva compreende o aproveitamento de todo o conjunto de meios que asseguram a obtenção e a elevação da predisposição para alcançar resultados desportivos. | SAMULSKI (Alemanha) (1990) | Sob o ponto de vista pedagógico-social , entende-se o Treinamento Desportivo como meio de capacitação individual e social do esportista, através da otimação dos processos formativos-educacionais. |
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Objetivos do Treinamento Desportivo |
Objetivos do Treinamento: |
¨ Ganhar e aumentar o desenvolvimento multilateral e físico; ¨ Assegurar e melhorar os desenvolvimentos físicos específicos determinados pelas necessidades de cada desporto em particular; ¨ Realizar e aperfeiçoar as técnicas do desporto escolhido; ¨ Melhorar e aperfeiçoar as estratégias necessárias; ¨ Cultivar as qualidades volitivas; ¨ Assegurar e procurar uma preparação ótima para a equipe; ¨ Fortalecer o estado de saúde de cada atleta; ¨ Prevenir lesões; ¨ Incrementar o conhecimento teórico do atleta.
A realidade nos demonstra que a cada dia é maior a complexidade que rodeia o treinamento moderno. Isto nos obriga a afrontar o treinamento com maior rigorosidade e profundidade, dando um passo a aplicação de uma metodologia científica que substitua o trabalho empírico do treinador. Sánches & Bañuelos (1993), desde uma perspectiva científica, define o treinamento como uma atividade de busca contínua dos limites físicos que pode chegar o ser humano no contexto da competição desportiva, baseado no método científico e do abandono sistemático do método empírico. |
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Princípios do Treinamento Desportivo |
PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS a) Princípio de unidade funcional b) Princípio da multilateralidade c) Princípio da especificidade d) Princípio da sobrecarga e) Princípio da supercompensação f) Princípio da continuidade g) Princípio da progressão h) Princípio da individualidade i) Princípio da Perspecitva Evolutiva j) Princípio da Recuperação l) Princípio da Participação Ativa e Consciente do Treino m) Princípio da Transferência n) Princípio da Periodização o) Princípio da Adequação
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PRINCIPIO DA UNIDADE FUNCIONAL |
Conceitos Básicos: | O organismo funciona como um todo indissolúvel; | Uma falha em algum órgão ou sistema prejudica o treinamento; | Atenção ao desenvolvimento harmônico dos diferentes sistemas; | O desenvolvimento de uma Q.F. pode induzir ao prejuízo de uma segunda. |
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PRINCIPIO DA MULTILATERALIDADE |
Atenção especial em relação ao trabalho com crianças; | Atletas com maior domínio de movimentos, apresentam uma maior variedade de ação motriz e como conseqüência, desenvolve uma maior capacidade de assimilar novas técnicas e métodos de treinamento mais complexos, levando em consideração que uma aprendizagem nasce sobre outros esquemas motores já adquiridos; |
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O problema da especialização de forma precoce: |
Evolução em um determinado ponto; | Involução em outros órgãos, sistemas ou habilidades; | Preparação unilateral |
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HEGEDUS: |
“A especialização é um freio ou uma barreira para o sucesso no alto rendimento” |
Multilateralidade Geral - Quando a criança pratica várias modalidades esportivas. |
Multilateralidade Específica - Quando a criança pratica todas as possibilidades que são oferecidas por um só esporte. |
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PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE |
Adaptações fisiológicas específicas; | Tipo de treinamento para desenvolver determinada Q. F.; | Formas de avaliação; | Modelos de treinamento de atletismo aplicados a modalidades coletivas; | A especificidade no contexto do macrociclo; | rendimento (Bompa apud Manso et ali, 1996). |
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Esporte | Idade inicial | Especialização | Alto rendimento | Atletismo | 10-12 | 13-14 | 18-23 | Basquetebol | 07-08 | 10-12 | 20-25 | Ciclismo | 14-15 | 16-17 | 21-24 | G.A. masculina | 06-07 | 12-14 | 18-24 | G.A. feminina | 06-07 | 10-11 | 14-18 | Futebol | 10-12 | 11-13 | 18-24 | Natação | 03-07 | 10-12 | 16-18 | Tênis | 06-08 | 14-15 | 20-25 | Lutas | 13-14 | 15-16 | 24-28 |
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Limite de idade dos atletas em diferentes etapas do treinamento plurianual |
Modalidade Desportiva | Preparação inicial | Preparação de Base | Preparação específica | Pico máximo | Manutenção | H | M | H | M | H | M | H | M | H | M | Corrida(½ fundo) | 10-12 | 10-12 | 13-15 | 13-15 | 16-20 | 16-19 | 21-25 | 20-23 | 26-29 | 24-28 | Corridafundo | 11-13 | ---- | 14-16 | --- | 17-22 | -- | 23-30 | -- | 31-35 | -- | Natação100-200m | 8-10 | 8-10 | 11-12 | 10-12 | 13-18 | 12-16 | 19-22 | 17-19 | 23-25 | 20-22
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PRINCIPIO DA SOBRECARGA | | Ponto fundamental: - Superar o limite inferior de esforço; | - Não atingir o limite superior de esforço. |
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“O ponto ideal de treinamento corresponde a uma carga física quando a intensidade e/ou volume são suficientes para provocar uma ativação do metabolismo energético ou plasmático da célula, em conjunto com a síntese de novas substâncias” (Burke, 1991) | Ponto de desgaste - nos primeiros anos de treinamento o volume deve aumentar progressivamente, mas na medida que o atleta melhora o nível, a importância do volume vai diminuindo e o fator intensidade deverá ter prioridade. |
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REFERENCIAIS P/ DETECCÃO DA FADIGA: Alterações na capacidade de rendimento: |
| Diminuição na capacidade de trabalho; |
| Aumento da FC x nível de carga; |
| Aumento do consumo de oxigênio (submáximo); |
| Aumento da ventilação (submáximo); |
| Diminuição da força; diminuição da coordenação; |
| Aumento dos erros técnicos. |
| Alterações no estado geral:
| Cansaço geral; |
| Insônia; sudorese noturna; |
| Perda de apetite; Perda de peso; |
| Amenorréia; cefaléias; náuseas; |
| Distúrbios gastrointestinais; |
| Dores musculares ou tendinosas; |
| Diminuição das defesas; Febre; |
| Reativação da herpes. |
Avaliacão Clínica:
| Aumento do ácido úrico; |
| Aumento do amoníaco basal; |
| Elevação da creatinaquinasa; |
| Aumento do cortisol basal; |
| Diminuição da testosterona livre; |
| Aumento do K no sangue; |
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PRINCÍPIO DA SUPERCOMPENSAÇÃO |
Com a aplicação de estímulos de treinamento, produz-se alterações estruturais, tanto somática como funcionais, provocando no período de recuperação o retorno aos níveis iniciais e inclusive de melhora. |
Fatores que interferem na composição da curva:
| Volume; Intensidade; |
| Qualidade Física treinada; |
| Nível de condicionamento físico do praticante; |
| Condições climáticas; |
| Alimentação (antes-durante-depois). |
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Modelos de supercompensação |
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Formas de adaptação
| Neural - Coordenação | | Somático:
| Aumento da espessura dos miofilamentos; |
| Aumento do número de capilares por sessão muscular; |
| Aumento da resistência dos tecidos conectivos; |
| Incremento das reservas energéticas; |
| Hiperplasia. |
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PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE |
- Ganho de performance; - Manutenção dos níveis atingidos; - Período de interrupção. |
Fatores intervenientes:
| Lesões; |
| Doenças; |
| Sociais; |
| Período do treino - Pré-competição |
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Indivíduos treinados recuperam mais rapidamente; |
Redução da carga após um período de afastamento — procedimentos. |
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PRINCÍPIO DA PROGRESSÃO |
| Rege que o aumento da carga de treino deverá ser de forma gradual, esperando para que ocorra uma adaptação geral; |
| Principais parâmetros de controle: Volume + Intensidade; |
| Princípio ondulatório; |
| Quando não se segue uma progressão coerente, não se obtém nenhum benefício e a vida esportiva do atleta será prejudicada; |
| Evolução da sobrecarga. |
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Ano | 800-masc | 800-fem | 1.500- masc | 5000-10000 | Maratona | 1952 | 983 | ---- | 1472 | 1167 | 1749 | 1956 | 1141 | ---- | 2202 | 2962 | 4001 | 1960 | 1521 | 1572 | 1842 | 2972 | 5308 | 1964 | 2758 | 1492 | 2588 | 4662 | 7610 | 1968 | 2806 | 2908 | 4175 | 5257 | 7655 | 1972 | 2964 | 2325 | 4020 | 6042 | 8401 | 1976 | 4266 | 3482 | 5080 | 6869 | 7866 | 1980 | 3725 | 3676 | 5165 | 7105 | 9319 |
Volume anual km de meio fundo e fundo de corredores russos - Fonte. SusIov (1982) |
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Clique no link - Evolução da quantidade de trabalho anual em km entre atletas de alto nível |
Clique no link - Quadro del pIan para Ia subdivisión temporal del año de entrenamiento en la estructuración a varios años (Manso et ali, 1996, adaptado por Vianna,1999) |
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PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE |
Elaboração do programa ideal de treino |
| Costumes; |
| Gosto; |
| Necessidades; |
| Adaptado; |
| Meta. |
| Fatores que afetam a resposta individual |
| Genética; |
| Descanso e sono; |
| Meio ambiente; |
| Maturação; |
| Saúde, nutrição; |
| Motivação — perfil psicológico; |
| Nível de condição. |
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PRINCÍPIO DA PERSPECTIVA EVOLUTIVA |
“Quanto mais treinado é o atleta mais difícil será obter uma evoIução" |
Navarro (1993) propõe após 3 - 5 anos de esforço máximo um período de 6 a 12 meses de regeneração. Clique aqui para ver o gráfico. |
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PRINCIPIO DA RECUPERAÇÃO | Acão recuperativa com o exercício |
| Durante o macrociclo; |
| Durante o mesociclo; |
| Durante o microciclo; |
| Durante a sessão ou dia de trabalho — exercício recuperadores. |
| Outras formas de acelerar o processo de recuperação: |
| Emprego de meios mecânicos e/ou naturais de recuperação; |
| Produtos recuperadores — meios e métodos ergonutricionais. |
| Emprego de meios mecânicos e/ou naturais de recuperação:
| Raios ultravioletas; |
| Eletroestimulação; |
| Crioterapia; |
| Oxigenoterapia; |
| Hidroterapia (duchas, banhos à vapor, sauna); |
| Massagem: (superficial, fricção, percussão, vibração); |
| Pressão local negativa; |
| Gravitoterapia. |
| Produtos recuperadores — meios ergonutricionais: |
| Dieta com suplementação de hidratos de carbono; |
| Suporte hídrico; |
| Meios farmacológicos; |
| Bicarbonato; |
| L - carnitina, Ginseng, Arginina, Lisina, Cromo... |
| Glutamina, Cafeína; |
| Antioxidantes. |
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PRINCIPIO DA PARTICIPAÇÃO ATIVA E CONSCIENTE DO TREINO | Proposta de Harre (1987): |
| Determinar para o atleta um objetivo de rendimento a se atingido; |
| Oferecer ao atleta conhecimento estrito à tarefa de treinamento; |
| Formular exigências que requeiram reflexão, iniciativa e responsabilidade por parte do atleta; |
| Educar ao atleta para que seja capaz de se avaliar; |
| Confiar responsabilidades de condição pedagógica a atletas apropriados; |
| Capacitar ao atleta para efetuar um controle consciente de sua própria seqüência de movimentos; |
| Possuir um registro próprio de controle dos resultados e compara-los com os anteriormente realizados e com o realizado na realidade. |
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PRINCIPIO DA TRANSFERÊNCIA |
A transferência de um tipo de treino poderá ser positiva, negativa ou nula. |
| Lateral ou horizontal - Futsal — futebol |
| Vertical - Progressão de dificuldade de tarefas. Ex. mortal – mortal c/ giro. |
Problemas relacionados com a transferência
| trabalho de musculação; |
| aprendizagem de um novo movimento; |
| modificar um movimento técnico já sedimentado; |
| aprendizagem de transmissão cruzada; |
| de uma modalidade à outra. |
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PRINCÍPIO DA PERIODIZAÇÃO |
| Razões fundamentais para a estruturação do treino em períodos:
| O atleta não pode manter por muito tempo a forma, por limitações fisiológicas; |
| As trocas periódicas da estrutura e conteúdo do treinamento são uma condição necessária para o aperfeiçoamento atlético visando poder alcançar um novo e superior degrau no desenvolvimento do atleta. (Fortaleza & Ranzola, 1988) | | |
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| Existe um ponto ideal de treino em que a solicitação não pode ser baixa ao ponto de provocar uma desmotivação ao atleta, nem excessivamente forte ao ponto de prejudica-lo ou induzi-lo também a uma condição desmotivante. | Treino — Prazer — Objetivo — triunfo — Nova situação problema
| Ir de pouco p/ muito |
| Do fácil p/ o complexo |
| Do conhecido p/ o desconhecido |
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PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS a) Princípio de participação ativa e consciente no T.D. b) Princípio da transferência do treinamento c) Princípio da acessibilidade. |
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